quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Trabalhadores dos Correios estão em greve por tempo indeterminado



fonte> Conlutas.org.br

A greve nos Correios começou à zero hora do dia (16). A proposta da ECT, de reajuste de 4,5%, referente ao índice do IPCA de agosto de 2008 a julho de 2009 foi considerada uma “piada” pela categoria. A deliberação da categoria pela deflagração da greve ficou nítida, uma vez que a empresa não apresentou nenhuma nova proposta depois que os trabalhadores rejeitaram a primeira, em agosto.


Os trabalhadores lutam por reposição de 41% das perdas salariais; aumento real de R$ 300; manutenção do cargo de motorista e do setor de transporte; fim das metas, dobras e sobrecarga de serviço; redução da jornada sem redução de salários e direitos; fim das terceirizações e privatização; Não aos Correios S/A, em defesa dos correios 100% público e estatal.


Neste momento os trabalhadores dos Correios em greve estão reunidos, através do Comando Nacional de Negociações dos Trabalhadores junto à empresa, em Brasília, com o objetivo de chegar a um acordo entre as partes. A audiência será às 14h.


Segue carta com posicionamento da Oposição Nacional Conlutas sobre Motivos de rejeição a proposta rebaixada de acordo salarial de dois anos:


Existe uma crise econômica internacional que também atingiu o Brasil e que pode levar a um aumento da inflação no ano que vem. Um reajuste rebaixado agora, com um aumento real muito pequeno, pode ser rapidamente desvalorizado, e o que é pior: estaremos abrindo mão de lutar por um reajuste digno em 2010. Se dividirmos os valores por 2, veremos que é pouco. Se a ECT pode dar 9% agora, temos que forçar para o acordo ser por um ano.


Em 2010 acontecerão as eleições presidenciais, e em anos como estes aumenta o nosso poder de pressão sobre o governo e a direção da empresa para arrancarmos reajustes maiores e mais conquistas de direitos.


Nossa greve começou muito forte, com 33 sindicatos aderindo do total de 35 filiados a FENTECT e ela vem crescendo. Por isso, a direção da ECT que enrolou durante os últimos meses, logo no primeiro dia da greve apresentou uma nova proposta, ainda bastante aquém das nossas necessidades. Se mantivermos o movimento iremos arrancar mais direitos.


Foi esse o movimento que fizeram os metalúrgicos em várias regiões do país e em grandes empresas como na Honda e na Toyota: arrancaram um reajuste de 10% e no Paraná arrancaram 8,53% de reajuste e mais um abono de R$ 2.000,00, ambas propostas somente para este ano.


É neste momento que os trabalhadores dos Correios devem confiar somente na força da sua mobilização. Não podemos confiar nem no Governo Lula e nem na direção da empresa, que querem jogar mais uma vez nas costas dos trabalhadores os ônus da crise econômica.


Chamamos a direção do nosso Sindicato e a maioria da direção da FENTECT para que confiem na força da greve de nossa categoria, e oriente pela REJEIÇÃO DESTA PROPOSTA BIANUAL, que além de ser rebaixada é uma armadilha para os trabalhadores, porque nos amarram a ficar por dois anos sem nenhuma correção salarial e será o tempo necessário para o governo Lula e a direção da empresa transformar a ECT em Correios S/A gerando milhares de demissões, terceirização e queda na qualidade de serviços prestados a população. Defendemos toda unidade de ação possível para derrotarmos o projeto Correios S/A.


Neste sentido, a proposta da Oposição Nacional Conlutas é defender nas assembléias de hoje, que não seja aprovado nem um acordo bianual e buscarmos construir e apresentar esta mesma proposta valendo somente para o Acordo Coletivo 2009, com validade para somente 01 (um) ano, sem nenhum desconto ou compensação dos dias parados.


Um panorama da greve no País:


São Paulo
Em São Paulo a assembleia que decidiu pela paralisação no dia (16) contou com a presença de mais de 4 mil trabalhadores. A greve se iniciou juntamente com os outros estados.
Hoje (17), às 16h, na Praça da Sé, terá nova assembléia para decidir os rumos da greve.


Do Vale do Paraíba e Litoral
Assembléia em SJC decide pela paralisação na região
Na assembléia realizada ontem (15), à noite pelo Sintect VP, em São José dos Campos, os trabalhadores do Vale do Paraíba e Litoral Norte decidiram pela paralisação. O resultado das assembléias organizadas em todo o país foi o mesmo. Pela manhã (16), no Vale do Paraíba, a greve já havia atingido dez cidades.


Pernambuco
No Estado de Pernambuco houve piquetes e mobilizações nos setores de trabalho no período da manhã, na capital e no Interior. Hoje (17) a partir das 17h haverá uma assembléia em frente ao Edifício Sede dos Correios em Recife, localizada na Av. Guararapes no bairro da Boa Vista.


Em Pernambuco a negativa à proposta da ECT e a decisão pela Greve foi aprovada por unanimidade. A assembléia da categoria teve a presença de mais de quase 600 Ecetistas, alguns vindos do Interior do Estado, como Belo Jardim, Caruaru, Palmares e Gravatá. Outra assembléia foi realizada em Petrolina na sub-sede do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Pernambuco (SINTECT-PE) e também aprovou o movimento paredista. Segundo o SINTECT-PE a expectativa é que só hoje, de 3.400 trabalhadores, em média 3.000 paralisem suas atividades.


No dia 2 de setembro Ecetistas de todo o Brasil fizeram assembléias e recusaram, em todos os Estados, a proposta apresentada pela empresa. Após a negativa, continuaram tentando chegar a um acordo entre as partes.

Abaixo segue um quadro nacional das localidades que aderiam a greve:


ACRE GREVE, ALAGOAS GREVE, AMAZONAS GREVE, BAIHA GREVE, BAURU GREVE, BRASILIA GREVE, CAMPINAS GREVE, CEARA GREVE, ESPIRITO SANTO GREVE, GOIAS GREVE, JUIZ DE FORA GREVE, MARANHÃO GREVE, MATO GROSSO GREVE, MATO GROSSO DO SUL GREVE, MINAS GERAIS GREVE, PARÁ GREVE, PARAIBA GREVE, PARANA GREVE, PERNANBUCO GREVE, PIAUI GREVE, RIBEIRÃO PRETO GREVE, RIO DE JANEIRO GREVE, RIO GRANDE DO NORTE NÃO INFORMOU, RIO GRANDE DO SUL GREVE, RONDONIA GREVE, RORAIMA NÃO INFORMOU ,SANTA CATARINA GREVE, SANTA MARIA NÃO INFORMOU, SANTOS GREVE, SÃO JOSE DO RIO PRETO NÃO INFORMOU, SÃO PAULO GREVE, SERGIPE GREVE, TOCANTINS GREVE, UBERABA NÃO INFORMOU, VALE DO PARAIBA GREVE.

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