quinta-feira, 8 de outubro de 2009

CARTA DE REPÚDIO "À ATITUDE" DA REITORIA DA PUC-SP

O CACS (Centro Acadêmico de Ciências Sociais, História, Geografia e Turismo) da PUC-SP vem por meio desta carta, repudiar a atitude da PUC-SP de criminalizar o movimento estudantil.
No dia 17/07/2009, uma reportagem intitulada “fumacê na PUC” publicada pela revista “Veja São Paulo” denunciou o consumo e porte de substâncias ilegais como a Maconha dentro do Campus da PUC-SP.
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Juntamente com a matéria da “Veja”, a Reitoria através do seu Pró-Reitor, Helio Deliberador, começou uma campanha punitiva usando a segurança privada para reprimir os usuários.
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Tais ataques ocorrem em um momento em que a Reitoria e a Fundação São Paulo (Igreja) implementam uma política que suprime a participação dos professores, funcionários e estudantes nas decisões da Universidade.
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Hoje a Igreja decide sobre as demissões/contratações, as grades curriculares, o preço das mensalidades, a quantidade de bolsas e sobre as pesquisas que faremos (dá pra acreditar!?) e é abertamente favorável ao Ensino a Distancia (EaD), por outro lado, o movimento estudantil da Faculdade de Ciências Sociais retoma sua luta de maneira mais organizada como vemos nas reuniões dos estudantes de História, Geografia e Ciências Sociais, discutindo as problemáticas de seus respectivos cursos a respeito das grades curriculares, professores, a intervenção da Igreja e o caráter da universidade que queremos.
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Na última segunda-feira (05/10), um estudante que participa da Gestão do CACS recebeu uma intimação da polícia para prestar esclarecimentos sobre a utilização de drogas dentro do CACS. Esse estudante foi denunciado pela PUC-SP como o responsável pelo centro Acadêmico e forneceu para a polícia seus telefones, seu endereço residencial, nome e matrícula.
Sabemos do uso de substâncias ilegais dentro e fora da universidade e estamos abertos a debater a fundo sobre o tema, porém a atitude da PUC-SP de fornecer nomes de “responsáveis” equivocadamente para a polícia, só nos leva à conclusão de que essa é mais uma tentativa da PUC–SP de criminalizar o movimento estudantil, tendo o apoio do Estado (já que nosso Reitor é um ilustre Desembargador e ex-Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo) e da grande mídia brasileira. Sabemos também que esse ataque é uma tentativa de desmoralização do movimento, já que nossas lutas são muito maiores, como, por exemplo, à luta contra o processo de destruição da qualidade do ensino superior e a necessidade imediata de construirmos um novo projeto de Universidade com a participação ativa dos estudantes, professores e funcionários da PUC-SP.
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Questionamos esse projeto destrutivo da Reitoria e Fundação São Paulo que visa pagar a dívida da PUC-SP (R$300mi), à custa de rebaixamento de salários e de direitos trabalhistas, de demissões de professores, de modificação das grades curriculares, retirando a qualidade das nossas aulas. Assim como também questionamos todas as atitudes arbitrárias da Fundação São Paulo, de passar por cima dos conselhos da universidade (que já têm uma democracia muito restrita) e de deslegitimar as organizações estudantis, como por exemplo, os centros acadêmicos.
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Devemos repudiar esse ataque político que a PUC-SP está fazendo, tanto ao CACS, como a esse estudante perseguido. O CACS é uma ferramenta de luta estudantil, portanto não tem somente um responsável, mas sim, inúmeros e pertence a todos os estudantes.
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Infelizmente, a Reitoria e Fundação São Paulo, têm tratado o tema das drogas dentro do campus de forma equivocada, com punições, falsas acusações e sem a discussão precisa sobre o assunto. Mas também sabemos que por trás disso, há uma tentativa da Reitoria e da Fundação São Paulo de desviar os estudantes de suas lutas, muito mais nobres, de questionamento dos caminhos que a PUC vem tomando.
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Para isso chamamos todos os Centros Acadêmicos, Sindicatos e organizações a somarem neste grande repúdio à atitude da PUC-SP e pela descriminalização do movimento estudantil.
Todos juntos por um novo movimento estudantil, que questione esse projeto mercantil de educação e construa uma nova universidade.
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A luta contra a criminalização do movimento estudantil é também a luta por uma educação de qualidade, pública e a serviço dos trabalhadores.
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CACS PUC-SP – Gestão Te Convido a LUTAR!

7 comentários:

  1. Muito bom o texto! É impressionante como as reitorias deturpam propositalmente a nossa luta.
    Não sou da PUC, nem de outra univer$idade, porém me solidarizo com o companheiro e ao D.A.

    Todos a luta!
    Rogerinho - Rio Claro/SP

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  2. Nós do CECS (Coletivo de Estudantes de Ciências Sociais) da UFRGS, nos solidarizamos e assinamos a carta de repúdio ao Reitor dos companheiros do CACS.
    Porque acreditamos que como foi dito na carta só com "Todos juntos por um novo movimento estudantil, que questione esse projeto mercantil de educação e construa uma nova universidade." Por isso estamos juntos na luta contra precarização e contra as atitudes antidemocráticas deste e de tod@s reitor@s

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  3. Dar nome para polícia é embaçado, no entanto é inegável que a questão do consumo de drogas dentro do centro acadêmico deve ser discutida mais seriamente, e isso não é de hoje. Não sou contra o uso da droga em si, porém entendo que o centro acadêmico sendo uma instancia politíca e de convivência dos estudantes não pode e não deve ser usado unica e exclusivamente como local de uso dessas substâncias . Agora.. a real é que a muito tempo já as gestões acabam tendo receio de receberem a pecha de autoritários e não azem nada quanto a isso, ainda mais agora que não tem nenhuma livraria ou o amaral para usarem como desculpa..

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  4. só para completar, dúvida que se possa fumar maconha por exemplo dentro da sede de algum dos partidos que tem militância na puc, e a pergunta é, porque?. Há de se tratar as questões com a mesma seriedade, por mais que sejam situações completamente diferentes. Enfim, reflitam.

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  5. DIRCEU PRA PRESIDENTE DA REPUBLICA!

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