sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Sarney defende MST e diz que não pode haver "demonização" dos sem-terra


Fonte: Folha Online (25/09/2009)
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O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), usou a tribuna nesta quarta-feira para sair em defesa do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e das políticas agrárias do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Sarney, não pode haver a "demonização" nem a "criminalização" do MST.
Sarney disse ainda que os sem-terra são "vítimas da frustração" e que os conflitos entre os representantes do MST e os empresários do campo precisam ser atacados pelos Três Poderes.
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O discurso ocorre às vésperas da leitura pelo plenário do Congresso do pedido de criação de uma CPI para investigar repasses do governo para ONGs (organizações não governamentais) ligadas ao MST.
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"É um erro que nós estamos cometendo procurar criminalizar os sem-terra e ao mesmo demonizá-los. Os excessos, e eles existem, devem ser punidos bem como o respeito à propriedade, mas não devemos radicalizar. Temos que evitar o confronto e, como eu disse, não demonizar nem criminalizar o MST", afirmou.
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Sarney afirmou que durante seu mandato na Presidência da República criou o Ministério da Reforma Agrária e cobrou uma atenção especial para o problema dos conflitos do campo.
"A violência no campo tem sido atribuída, por toda parte, ao movimento dos sem-terra. Mas eu quero fazer uma reflexão. Temos atrasado o processo de reforma agrária. Não modernizamos nossos métodos, não atualizamos nossas leis, não fomos, em suma, capazes de superar a imensa injustiça existente no campo. Somos todos nós, se não culpados, responsáveis, e sabemos que os sem-terra são vítimas permanentes da frustração de sua esperança de poder ter um pequeno pedaço de terra para produzir", disse.
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Sarney disse que a sociedade precisa ter outro olhar em relação ao conflito no campo. "Passados tantos anos de criação do Ministério da Reforma Agrária, temos que reconhecer a vontade especial e o compromisso do presidente Lula com a solução do problema. Infelizmente, mesmo a sua determinação e os seus esforços têm sido insuficientes e são insuficientes. E são insuficientes por ser este um dos problemas em que a consciência da sociedade é o ingrediente a ser, antes dos demais, abalada e reformulada", afirmou.
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Após o discurso, a senadora e presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), Kátia Abreu (DEM-TO), cobrou a instalação da CPI --o que deve ocorrer amanhã, durante a sessão do Congresso. Para que a CPI comece a trabalhar, é preciso ainda que Sarney leia o requerimento em plenário para que os partidos comecem a indicar seus representantes. A comissão vai ser composta por 12 senadores e 12 deputados e o governo deve ter mais uma vez maioria na comissão.
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O foco das investigações será a origem e o destino dos recursos da União para ONGs envolvidas com o MST em São Paulo, Pernambuco, Pará e Mato Grosso, "onde o MST é mais forte e se manifesta com mais violência e mais força".
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A oposição suspeita que ao menos R$ 60 milhões tenham sido desviados pelo movimento de convênios com o governo. A senadora disse que uma das primeiras investigações da CPI será em cima do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de São Paulo.
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Três coordenadores dos núcleos de apoio do órgão no Pontal do Paranapanema (SP) exerceram funções na Cocamp, uma cooperativa criada pelo MST que é alvo de investigação da polícia por mau uso de recursos públicos.

Um comentário:

  1. Aonde vamos parar!
    E quem sofre são os trabalhadores sem terra que apanham da polícia e dos empregados dos donos de terra!
    Enquanto a direção do MST ganha disnheiro do governo pra calar a boca e até o Sarney defende algo que o próprio Lula criminalizou!
    Quanta hipocrizia!

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