O filme é uma encomenda de José Sarney, ex-presidente da República, quem também apoiou a ditadura militar, atual presidente do Senado(ou seria melhor dizer 3º presidente da República), status esse onde recebeu inúmeras denúncias de corrupção, e só não foi deposto, ou mesmo preso, pois esta recebendo apoio de nada mais nada menos que Luiz Inácio Lula da Silva, no filme, Sarney que acabava de ser eleito governador do Estado do Maranhão, desejava que seu amigo Glauber Rocha produzisse um documentário sobre a cerimônia de sua posse.
Isso se dá dois anos depois da tomada de poder dos militares, a franqueza do filme é total e anuncia o tom de Terra em Transe. Não se encontra no curta-metragem o mínimo de complacência para com o político que encomendou a obra.
Ao contrário, o filme é construído como um verdadeiro desafio às promessas eleitorais demagógicas: enquanto o político se compromete solenemente a acabar com as misérias da região, elas são simplesmente mostradas, com uma terrível crueza, em imagens documentais (casas miseráveis, hospitais infectos, vítimas da fome, tuberculose...).
Alternando-se com as imagens do discurso em terrível oposição entre a retórica e a realidade, mas igualmente apontando a necessidade urgente de transformar as palavras em ações para promover o progresso social.
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