quinta-feira, 15 de outubro de 2009

MST: novamente na mira da mídia e do governo Lula

Fonte: anelivre.blogspot.com
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por Júlia Almeida, do DCE USP e da Comissão Executiva Nacional da ANEL.
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Em defesa da multinacional Cutrale, Lula e a mídia fazem coro chamando o MST de “vândalos”.
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No último dia 28 de setembro, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) iniciou a ocupação da fazenda Santo Henrique, no interior de São Paulo. O movimento contava com 250 famílias sem-terra e ocupou a fazenda para denunciar que as terras, hoje sob propriedade da multinacional Cutrale – empresa produtora de suco de laranja para exportação -, são, na verdade, terras públicas, conseguidas pela empresa através de grilagem. O próprio Incra (Instituto para a Colonização e Reforma Agrária) reconhece esse fato.
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Bastou o fato de os militantes do MST terem derrubado alguns pés de laranja – cerca de 5 hectares de uma área total de 3 mil hectares, segundo o MST – para plantar comida para os ocupantes, para que os jornais logo saíssem à defesa da multinacional Cutrale. O fato alcançou tamanha repercussão que Lula também teve que mostrar de que lado está: chamou os militantes do MST de vândalos, seguido por outras tão “ilustres” personalidades como o (quase ex) presidente do Senado, José Sarney. No último dia 07 de outubro, as famílias foram retiradas da fazenda, sob forte esquema policial, devido à determinação da Justiça.
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Esse fato é uma demonstração cabal, quase caricatural, da hipocrisia em nosso país: vândalos são aqueles que ocupam uma terra pública para dar uma vida mais digna para 250 famílias e não aqueles que se apropriam de uma terra pública para ganhar milhões de reais em lucros da exportação do suco de sua monocultura de laranja

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